quarta-feira, abril 23, 2003

Chorinho

A melhor maneira de cair na real, percebendo que a vida voltou ao normal depois do feriadão, é pegar um ônibus na hora do rush. Felizmente, estava sentado, não vivendo a situação em toda a sua plenitude. Vim ouvindo um cd que ganhei de presente da minha namorada. Ela é uma pessoa muito bacana e tem um gosto muito interessante, que a permite montar um disquinho que vai do tango ao pop francês dos anos 60 em oito faixas ou de stereo total para um chorinho em um outro momento. Aliás, estava ouvindo este chorinho quando comecei a me lembrar do meu pai. Se existe uma unaminidade na minha família é que o chorinho era a cara do meu velho. Isso e churrasco de asinha de frango com queijo ralado. Então me lembrei daquele filme "Next Stop Wonderland", uma comédia romântica americana boba, onde um dos personagens é um pseudo-brasileiro amante de bossa nova. Em um determinado momento do filme, ele vinha com essa pra cima da protagonista: "Em português existe uma palavra que se chama saudade. Saudade é o que você sente quando está ouvindo bossa nova." (ou algo assim). Era uma mentira deslavada. Saudade a gente sente ouvindo chorinho.

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