terça-feira, setembro 29, 2009

Ainda sobre taxistas

O Rio de Janeiro é pródigo em táxis: se você estender a mão em qualquer esquina da cidade, pelo menos três tentarão te pegar. Naturalmente, toda esta frota só está à sua disposição quando você não precisa. Há alguns anos, estava na esquina da av. Almirante Barroso, debaixo de chuva e atrasado para chegar ao aeroporto, tentando pegar um táxi e, é claro, nada acontecia. Finalmente, consegui entrar no Santana mais velho do mundo e seguir meu caminho em direção ao Galeão. A felicidade durou pouco, pois na altura do mergulhão da Praça XV o motorista do Santana mais velho do mundo vira pra mim e diz: "Ih, não tenho gás para chegar até a Ilha".

"Caralho", penso. Olho em seguida para o relógio, onde mais um minuto acaba de ter início e, meio desesperado, pergunto: "O que eu faço então, pô?". "Não esquenta, vou parar um táxi para tu aqui no caminho". E assim, damos início a uma saga dentro do mergulhão tentando encontrar e convencer um motorista a fazer a baldeação. Depois de muitas buzinadas e sinais, um motorista em outro Santana velho topa a parada. Se o primeiro motorista foi honesto em sua desculpa ou não, não faço ideia, mas não me cobrou o trecho da corrida.

Correndo, pego as minhas coisas, e entro no outro carro. Apressado, digo que a corrida é para o Galeão e me acomodo. Levo alguns momentos para ver que o interior do automóvel foi transformado num altar ao Clube Atlético Mineiro: adesivos, galos, flâmulas cobrem o console e os vidros. Surreal! Ao longo da corrida o taxista me conta a sua saga até chegar ao Rio de Janeiro e o resto da conversa, como não poderia deixar de ser, trata do Atlético, que naquela época estava vivendo no limbo do campeonato brasileiro. Desço no aeroporto, deixo um cordial "vamos ver se a gente melhora na próxima temporada" e sigo para a fila do check in.