sexta-feira, setembro 19, 2003

Sexta-feira

Devido às confusões temporais que as férias nos trazem, a todo momento confundia esta sexta com um sábado. Foi assim que achei estranho todo aquele movimento na Savassi depois das dez da noite. Pela primeira vez notei a existência do Marista Hall - ou dos distúrbios causados por ela -, hordas de adolescentes metidos em camisetas verde-limão sem mangas subiam a Cristóvão Colombo tendo como destino uma festa de música da Bahia. Logo passa o ônibus. E, amigos, foi uma viagem daquelas! De pé e chacoalhando devido às freadas bruscas do motorista. Dessa vez, até mendigo transando na Av. Assis Chateaubriand eu vi.

Na verdade, acabei arranjando um assento no meio do caminho. Meio apertado, mal cabiam as minhas pernas... E que movimento nas ruas! Comecei a me lembrar daqueles Jeeps onde os turistas passeam em safaris observando a vida selvagem. Tudo ali para ser observado, como se não fosse realidade. Todos os salões da João Pinheiro recebendo pessoas em traje de gala, metaleiros descendo em bandos a avenida, prostitutas na Afonso Pena, pivetes cheirando thinner nas grades do Parque Municipal e muita gente esperando suas linhas com bolsas, fichários e mochilas. Muita gente cansada, dava pra ver na cara. Mas então um tio com cheiro de cigarro passou pela roleta e esbarrou a sua bolsa na minha cabeça me trazendo de volta à realidade.

Sem mais devaneios, desci e percorri um quarteirão numa rua escura até chegar em casa. Um pouco de medo e uma sensação de alívio quando, finalmente, tranquei a porta. Que coisa odiosa! Mas é isso aí. Foi um dia feliz.

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